Amanheces em meus olhos E despertas-me à vastidão do mundo Cabes em todas as minhas horas Mesmo no esmaecer do dia Lasso, lânguido e furtivo Sob os olhares de aceno da noite Permaneces em minha retina Quando se abranda a luz E as cores pálidas ainda se miram No espelho da aquarela do horizonte Num céu longínquo de nuvens inexprimíveis Que talvez nunca te digam sobre mim É em mim que sempre estás Quando as mãos desdobram-se Escrevendo o que não alcançam E deixo o meu silêncio em teus lábios Não existem pessoas, vozes ou gestos Somente a melodia de cada palavra Vibrando em notas de saudade Que tocam em minha boca Os acordes que desejam teus beijos
Poema ao acaso
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